Hall Principal [II]

Uma imensa sala com uma estátua do antigo diretor no centro e um par de escadas ao redor dela, em espiral.

Possui diversos bancos espalhados, e portas que levam a outros lugares do primeiro andar.

Assim que chegou ao hall, tudo o que viu foi um vulto negro no chão se mexer até um canto próximo. Ao ver aquela cena, ficou completamente estática. Era claro que não tinha medo daquele tipo de coisa, mas, aquilo já era pedir demais. Monsterschool. Não era atoa o nome, mas, também, que colégio mais incomum, hein? Colégio algum que ela fosse teria uma estátua no meio do hall da entrada. No máximo, algumas florezinhas e enfeites pra dizer que o colégio é bom, mas, aquilo nem enfeitado estava. Era pedra pura. Curiosa, decidiu se aproximar e perguntar para alguém o por que da estátua, e quem melhor do que alguém que poderia ser aluno do colégio já a anos?

Chegou perto de um rapaz de cabelos brancos, e encostou o cotovelo nele, se apoiando nele naquele momento. Com tudo indicando que era uma delinquente, até mesmo o jeito que falava, disse: -Quem é esse carinha aí? Pra ter uma estátua em um colégio, só pode ser gente importante.

-Acho que...

Botou o indicador no lábio, tentando dar uma resposta genial, e então disse:

-Ele tá morto, e você tá vivo?

Deu um sorriso, achando que tinha acertado a pergunta, e, em momento algum achou estar sendo arrogante ou ofensiva.

chego lá no hall e olho ao redor, vou até um banco e me sento lá, descansando com minhas malas ao lado.

avisto a mulher do outro lado da sala sendo retardada.

- aí, ce tá com algum problema? - grito e aponto para Toya.

que retardada - penso.

Desvio o olhar para o garoto que havia gritado, esfregando os olhos e bocejando, apoiando a cabeça nos braços.

— Não. Quem é você mesmo? — pergunto, coçando a nuca, sem nem lembrar se já havia o visto quando entrara, ou se não.

- eu sou eu, e você? - Digo e puxo meu notebook, depois o ligo - cê fica levantando do nada aí, bizarro.

- na verdade tô nem ai, tá na hora é do lolzinho, já que não tem aula hoje... pelo visto. - Penso

— Sou uma das professoras. Acho. — respondo mais pra mim que para ele, inclinando a cabeça e sacudindo-a, tentando novamente espantar o sono, observando o rapaz — Eu faço o que quiser. — resmungo baixo, revirando os olhos e por fim virando o rosto para outra direção.

- é, lá na América a gente também faz o que quiser - Digo e abro o famoso lolzinho - tem até uma águia com uma bandeira atrás que fica falando sobre liberdade e tal, é bem louco.

— América parece ser um lugar interessante. — comento, dando uma pequena risada e apoiando o rosto no cotovelo, olhando-o e bocejando de novo — Mas tem muito gordo, e gordos não são atraentes.

- nem todo mundo precisa ser atraente pras outras pessoas - digo e aponto para Syo Wulff - se todo mundo fosse, por exemplo, aquele cara ali seria bonito.

dou uma risada, enquanto o lolzinho carrega.

— De fato. Mas, sei lá. — me espreguiço, olhando para o outro garoto deitado, me ajeitando no banco — Aquele cara nem está com a cara amostra. — reviro os olhos, passando as mãos pelos cabelos.

- ela parece aquelas loiras chatas que dão pro primeiro bombadinho zyzz filha da puta que aparecer, com esse jeitinho. puta que pariu. - penso, lembrando do meu país natal.

- agora você viu, aí - aponto para Syo - parece um mendigo com fome. que cara maneiro.

Olho o outro fazer um sinal de joinha e começo a rir, desviando o olhar para o outro novamente e ficando pensativa.

— Ele não é tão ruim, apesar de vesgo. — dou uma leve risada — Na verdade, sei lá. Tanto faz, eu acho.

- é mesmo hein, ele é vesgo. - digo, então pego uma blusa preta velha da minha mala e entrego para Syo - coloca isso aí num olho, vai ficar parecendo um pirata.

vou até Toya e analiso de perto.

- cê tem mesmo cara de professora (pornô, penso), cadê as aulas?